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Ajustamento: Depois da tempestade vem a calmaria


Os meses iniciais ou o primeiro ano em um novo país trazem à tona o melhor e o pior de nós. Nós nos despimos dos antigos costumes, facilidades e bens materiais conquistados com tanto esforço em nome de uma nova vida, de uma nova oportunidade. Deixamos para trás tudo o que construímos ao longo dos anos, carreira, título ou posição. Família, amigos e todo nosso porto seguro ficam à milhas de distância- e com eles ficamos nós - ou nossa antiga versão.

Criamos apenas expectativas sobre como serão as pessoas, o lugar e a vida num geral após a mudança, mas esquecemos de pensar em nós. Como serei eu? A vida fora da zona de conforto é também difícil de predizer. Passamos por tantos processos emocionais diferentes, tantos altos e baixos, lua-de-mel e crise, que às vezes a única coisa que queremos é sair daquele fundo, do sentimento que nos deixa mal. Ao mesmo tempo que estamos reconstruindo a vida estamos também nos reconstruindo. Toma tempo, desgasta, confunde e nos coloca em dúvida sobre nossa capacidade.

Às vezes a temporada de crise com o país, dilemas com a língua e os questionamentos de se ou quando o tempo vai melhorar demoram mais do que gostaríamos para passar. Nessas horas precisamos talvez deixar o orgulho ou o medo de lado e procurar novas formas de enfrentar os problemas, porque nem sempre na solidão se vencem os obstáculos. Para algumas o que falta é uma rede de amizades. Para outras é toda uma estrutura de vida a ser refeita, e isso, honestamente, uma papo entre amigos nem sempre ajuda.

Apesar de estarmos em outro país, podemos contar com a ajuda de profissionais que nos guiem e nos façam ver através da nuvem à frente de nossos olhos, que nos impede de ver nossas qualidades, força e possibilidades. Acaba que nesse processo olhamos mais para nós, nossas vontades e quem realmente somos.

É um trabalho lento, gradual e cansativo esse de se redescobrir, se reestruturar, se reinventar. Mas percebemos que veja só, essa fase também passa. Bom, talvez não completamente porque sempre estamos nos redescobrindo, mas aprendemos a conviver melhor com as situações cotidianas e descobrimos lados nossos antes desconhecidos. A falta de uma rede de apoio nos faz ir atrás de outras alternativas que não o isolamento por vergonha ou comodismo e por isso engolimos o orgulho e falamos mais com as pessoas. Convidamos mais pra sair. Mesmo que venha um não. O importante são as lições que aprendemos e que aos poucos nos fortalecem para enfrentar as situações diárias.

Pamella Amorim Liz

Escritora, mestre em história e cozinheira. Mora em Amsterdam há quase 3 anos e adora a vida entre tamancos, chuva e tulipas.

Depois da lua de mel e do choque cultural, você sente o ajustamento. Todos os problemas vão se encaixando com as suas respectivas soluções, tudo vai tomando o seu lugar, exceto a inquietação dentro de você. Você se questiona... Qual é o seu lugar? Você percebe que todos estão seguindo com as suas vidas, suas rotinas e seus objetivos e desejos... mas e você? Onde você fica nessa história? Afinal, o que você quer, que caminho escolhe seguir?

Se todas essas questões e muitas outras estão nos seus pensamentos, tirando o seu sono e impedindo que você viva a vida de expatriada que você quer, pode ser que seja a sua hora de pedir ajuda. Visite nossa Website e veja de que forma podemos ajudar você.

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